quarta-feira, 30 de maio de 2012

Condições de Vida

Os bebês com Síndrome de Down, em geral, podem apresentar atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e acentuada hipotonia (reduzido tônus muscular), que diminui com o tempo e a criança vai conquistando, embora mais tarde que as outras, as diversas etapas do desenvolvimento: sustentar a cabeça virar-se na cama, engatinhar, sentar, andar e falar, explica a neuropediatra.
Relato de uma mãe: O projeto começou a ser desenvolvido há oito meses pela advogada Maria Antônia Goulart, 36 anos, mãe da pequena Beatriz, de um ano e meio. “Só soube que minha filha tinha síndrome de Down no momento do parto. Foi um choque. Não sabia muito sobre a doença e comecei a correr atrás de informações. Foi então que percebi a dificuldade que as famílias que vivem sob essa condição enfrentam”, relatou Maria Antônia.

Aprendizagem

O preconceito e o senso de justiça com relação à Síndrome de Down no passado fizeram com que essas crianças não tivessem nenhuma chance de se desenvolverem cognitivamente, pais e professores não acreditavam na possibilidade da alfabetização, eram rotuladas como pessoas doentes e, portanto, excluídas do convívio social. Hoje já se sabe que o aluno com Síndrome de Down apresenta dificuldades em decompor tarefas, juntar habilidades e idéias, reter e transferir o que sabem se adaptar a situações novas, e, portanto todo aprendizado deve sempre ser estimulado a partir do concreto necessitando de instruções visuais para consolidar o conhecimento. Uma maneira de incentivar a aprendizagem é o uso do brinquedo e de jogos educativos, tornando a atividade prazerosa e interessante. O ensino deve ser divertido e fazer parte da vida cotidiana, despertando assim o interesse pelo aprender. No processo de aprendizagem a criança com Síndrome de Down deve ser reconhecida como ela é, e não como gostaríamos que fosse. As diferenças devem ser vistas como ponto de partida e não de chegada na educação, para desenvolver estratégias e processos cognitivos adequados.

Problemas de saúde

Alguns problemas e doenças podem afetar pessoas com a síndrome com mais freqüência, por isso, é fundamental que médicos acompanhem o desenvolvimento da criança. Para  José Salomão Schwartzman, neurologista da Infância e Adolescência e professor titular no Curso de Pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie, as pessoas com Síndrome de Down têm, bem mais frequentemente, problemas de saúde que pessoas da população em geral. “Problemas auditivos, oculares, hematológicos, ósseos e vários outros também são bastante habituais, além de doenças cardíacas. Também são comuns problemas na coluna, na tireóide, nos olhos e no aparelho digestivo. Muitas vezes, a criança com essa deficiência nasce com anomalias cardíacas, solucionáveis com cirurgia. Outra constatação é que eles têm maior incidência de infecções e de problemas alérgicos. Problemas gastrintestinais, epilepsia e disfunção da tireóide também não são raros”.
 Zan Mustacchi, presidente do Departamento de Genética da Sociedade de Pediatria de São Paulo, menciona outros números: “Cerca de 50% das pessoas com Síndrome de Down têm a probabilidade de desenvolver problemas cardíacos. Isso ocorre porque o músculo do coração não amadurece no tempo adequado. E, em 30% desses casos, é necessária indicação de cirurgia”.
           

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